Jornalistas independentes presos em Cuba

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres sem Fronteiras (RSF) condenaram a detenção de vários jornalistas independentes em Cuba, que poderão ser condenados a penas até 20 anos de prisão, ao abrigo da lei de defesa nacional cubana.

Os jornalistas estão presos desde 18 de Março, não têm direito a um advogado e só receberam a primeira visita dos familiares seis dias após as detenções, revela o sítio da Repórteres Sem Fronteiras. Segundo o testemunho dos familiares, os jornalistas estão a ser bem tratados, mas alguns estão com problemas de saúde.

De acordo com o sítio Nueva Prensa Cubana, encontram-se detidos 30 jornalistas, que trabalhavam para agências de notícias independentes e não são autorizadas pelo Governo. Foram acusados de “traição” por desenvolverem “actividades subversivas”, nomeadamente por colaborarem com representantes dos Estados Unidos em Havana. Um dos jornalistas preso é o poeta Raúl Rivero, que está detido na sede dos serviços de segurança, assim como a maior parte dos detidos.

A FIJ exigiu a libertação imediata dos jornalistas e afirmou que “a vitimização de jornalistas independentes e democratas destruirá a boa vontade em relação a Cuba que existe em muitas pessoas do mundo do jornalismo”. A federação afirma ainda que estas detenções agravarão o isolamento internacional em que se encontra o país.

Também a presidência grega da União Europeia exigiu a libertação imediata dos prisioneiros e considerou as detenções uma “violação de direitos fundamentais”, acrescentando que a situação será acompanhada de perto a nível europeu.

Segundo a Comissão Cubana para os Direitos Humanos e a Reconciliação Nacional (CCDHRN), foram detidos 75 dissidentes desde 18 de Março. As lista com os nomes dos detidos, incluindo ainda os de dois outros jornalistas que estão sob prisão domiciliária, encontram-se em dois sítios da Internet (ver “link” no final desta notícia).

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