Jornalistas impedidos de entrar em Guantanamo

Os grupos de média McClatchy e Canwest e o jornal canadiano “Toronto Star” interpuseram a 13 de Maio um recurso que visa reverter a decisão tomada uma semana antes pelo Departamento de Defesa dos EUA, que impediu quatro repórteres de entrar na base militar de Guantanamo.

Segundo o Pentágono, os jornalistas Paul Koring (“The Globe and Mail”), Michelle Shephard (“Toronto Star”), Stephen Edwards (“CanWest”) e Carol Rosenberg (“Miami Herald”) violaram as regras aplicáveis à imprensa em Guantanamo ao publicarem o nome de uma testemunha que depôs numa audiência sobre as condições em que foram obtidas as confissões do detido canadiano Omar Khadr, em 2002.

Porém, tanto Mindy Marques, editora do “Miami Herald”, como John Stackhouse, chefe de redacção do “The Globe and Mail”, frisaram que os seus jornalistas publicaram uma informação que já era do domínio público, pelo que a punição é injustificada e levanta dúvidas sobre a credibilidade dos julgamentos em Guantanamo.

Para a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), “a decisão do Departamento de Defesa é alarmante”, desde logo por ser burocrática, e não judicial. Além disso, punir quatro jornalistas de forma individualizada e obrigar os órgãos para os quais trabalham a ter de arranjar substitutos para repórteres experientes “é parecido com censura”, afirma a RSF.

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