Jornalistas exilados são mais de 200

Nos últimos seis anos 243 jornalistas foram forçados ao exílio, afirma um estudo do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), divulgado a propósito do Dia Mundial do Refugiado, que se celebra hoje, 20 de Junho.

Por mês, pelo menos três jornalistas fogem do seu país para escapar a ameaças de violência, prisão ou assédio; só um em cada sete regressa à pátria; e mais de dois terços dos 209 jornalistas actualmente exilados não teve oportunidade de continuar a exercer a profissão no território que os acolheu.

“O facto de dois em cada três jornalistas exilados não ter a possibilidade de continuar a exercer a profissão só contribui para acabar o trabalho de quem os pretendia silenciar”, afirma Joel Simon, director-executivo do CPJ, organização que tem um programa de apoio a jornalistas exilados desde Julho de 2001.

A estatística do CPJ refere-se apenas a casos que chegaram ao conhecimento da organização nos últimos seis anos e não inclui dezenas de jornalistas que saíram dos seus países em busca de melhores oportunidades financeiras ou de carreira, nem profissionais que fugiram por serem perseguidos devido a actividades que não a jornalística, como o activismo político.

Mais de metade dos 243 jornalistas apontados pelo CPJ são provenientes de cinco países – Zimbabué, Etiópia, Eritreia e Uzbequistão –, sendo os Estados Unidos, o Reino Unido, o Quénia e o Canadá as principais nações de acolhimento destes profissionais.

No artigo que publicou acerca desta situação, o CPJ foca alguns casos particulares, como o do eritreu Milkias Mihreteab, ex-chefe de redacção de um semanário que só conseguiu trabalhar como empregado de café e segurança nos EUA; o da repórter de investigação colombiana Jenny Manrique, que saiu do seu país devido a ameaças constantes de grupos paramilitares; ou o do paquistanês Majid Babar, que foi assediada pelas autoridades do seu país por ter ajudado colegas estrangeiros na cobertura de terrorismo.

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