Jornalistas espanhóis exigem medidas contra a precariedade

O I Congresso da Federação de Sindicatos de Jornalistas (FeSP) de Espanha, realizado de 28 a 29 de Maio, em Madrid, aprovou um conjunto de propostas para o combate à precariedade que afecta grande parte da classe e sublinhou a necessidade da aprovação de um Estatuto do Jornalista Profissional como forma de regular legalmente a profissão.

Entre as prioridades definidas pelo Congresso, que decorreu sob o lema “Um estatuto pela independência profissional”, figura o compromisso de intensificar os esforços para impedir que os estudantes em estágio sejam utilizados como mão-de-obra, uma vez que a sua presença nas redacções visa a aprendizagem e não a substituição de postos de trabalho.

Os delegados ao Congresso, em representação dos mais de 2000 filiados nos sete sindicatos que integram a FeSP, decidiram intensificar os seus esforços junto das universidades e dos centros universitários, bem como dos ministérios do Trabalho e da Educação e correspondentes entidades dos governos autonómicos, no sentido de encontrar soluções para o problema do recurso aos estudantes no processo produtivo, que tende a agravar-se e a generalizar-se no sector da comunicação.

Os congressistas decidiram igualmente exigir ao governo das Baleares que ponha termo aos “cursos de formação que degradam a profissão dos jornalistas”. Em causa estão uns cursos implementados pela Secretaria do Trabalho e Formação das Baleares, destinados a desempregados menores de 25 anos sem formação superior, cujo objectivo é habilitá-los como jornalistas em apenas dois meses e meio de formação.

Pela reforma do sector público

A reforma dos meios de comunicação do sector público foi outro dos temas em debate. Embora manifestando o seu apoio ao “serviço essencial” prestado pela Radiotelevisão Espanhola e pela agência de notícias EFE, o Congresso decidiu apelar ao governo de Madrid para que implemente a referida reforma, tal como de resto prometeu no seu programa eleitoral, sem no entanto pôr em causa a respectiva “condição de média plurais e independentes e sem cortes nos efectivos”.

O I Congresso reelegeu por unanimidade para os cargos de secretário-geral e vice-secretária geral da FeSP, respectivamente, Enric Bastardes, do diário ‘El País’ e do Sindicato dos Jornalistas da Catalunha, e Elisa García, da agência Colpisa e do Sindicato de Jornalistas de Madrid.

A FeSP, criada há quatro anos, integra o Sindicato de Jornalistas da Catalunha, o Sindicato de Jornalistas de Madrid , o Sindicato de Jornalistas da Andaluzia, o Sindicato de Jornalistas das Ilhas Baleares, o Sindicato de Profissionais da Informação de Rioja, a União de Profissionais de Comunicação das Canárias e o Sindicato de Jornalistas da Galiza.

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