Jornalistas de todo o Brasil exigem formação superior

De Norte a Sul do Brasil, sindicatos e grupos de estudantes manifestaram-se a favor da formação superior para o exercício da profissão, situação que foi questionada por um recurso apresentado ao Supremo Tribunal Federal e que será votado em breve.

No dia 26 de Junho, a directoria do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco definiu um plano de mobilização em defesa do diploma superior, com visitas às redacções de jornais, a 2 de Julho, e a rádios e televisões, a 3 de Julho, para relatar a situação e distribuir informação diversa sobre a campanha.

A 27 de Junho, na abertura do VII Congresso dos Jornalistas do Ceará, em Fortaleza, mais de 200 profissionais vestiram a camisola do movimento, enquanto no dia seguinte, durante o VI Congresso dos Jornalistas de Santa Catarina, em Blumenau, foi aprovada uma moção com orientações e propostas para a ampliação da campanha em defesa do diploma no estado.

A 29 de Junho, representantes de três Sindicatos do Sul do Brasil – Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná – definiram um plano que prevê acções como a divulgação da campanha em rádios e TVs universitárias e comunitárias, a intensificação da colecta de apoios ao abaixo-assinado ou a realização, em Agosto, de actos públicos em defesa da formação superior do jornalista, convidando cursos de jornalismo a darem aulas práticas durante as manifestações.

Também pelo Sul, e apesar do tempo chuvoso, os estudantes de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria e da Unifra – Centro Universitário Franciscano manifestaram-se a 30 de Junho pelas ruas vestidos de preto e entoando palavras de ordem a favor da formação superior dos jornalistas, recolhendo em seguida assinaturas para o abaixo-assinado da campanha.

Luta para que o jornalismo seja exercido por jornalistas

A 2 de Julho, representantes da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal defenderam, em audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, a necessidade da formação específica em jornalismo para o exercício da profissão.

O magistrado adiantou que o tema deverá ser discutido pelo Plenário do Tribunal no segundo semestre de 2008, o que, segundo Sérgio Murillo, presidente da Fenaj, permitirá finalmente resolver uma polémica com 40 anos.

Esperando que o desfecho “seja em favor da categoria e da sociedade”, Sérgio Murillo resumiu a audiência com Gilmar Mendes numa frase: “Por mais absurdo que pareça, procurei mostrar ao presidente do Supremo que a nossa luta é para que o jornalismo seja exercido por jornalistas”.

Partilhe