Jornalistas de Espanha apoiam RTP e RDP

A III Convenção de Jornalistas do Estado de Espanha aprovou uma moção de apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores da RTP e da RDP e apela ao Presidente da República para que imponha «a razão e o bom senso» e promova um amplo debate sobre o serviço público. O Sindicato dos Jornalistas esteve presente na convenção.

O encontro dos jornalistas espanhóis, que decorreu em Tarragona, entre 17 e 19 de Maio, contou com a presença de Alfredo Maia, presidente da Direcção do SJ e de Martins Morim, responsável pelo pelouro das relações internacionais. A declaração aprovada na convenção reafirma a necessidade de um serviço público forte, como instrumento de defesa da democracia e da soberania rejeita a redução da televisão pública a um só canal.

A convenção foi organizada pelo Foro de Organizaciones de Periodistas e reuniu as principais organizações sindicais espanholas.

MOÇÃO DE APOIO À RTP E À RDP

Tendo em conta que:

1. Os Serviços Públicos de Rádio e de Televisão constituem instrumentos essenciais à afirmação e consolidação da democracia e da soberania dos Estados.

2. Os Serviços Públicos de Rádio e de Televisão devem servir com qualidade, pluralismo e independência o público em geral, mas apenas realizará plenamente a sua missão respondendo à multiplicidade de públicos e acolhendo a diversidade de expressão de ideias, correntes estéticas, tradições e culturas, no sentido de melhor promover o exercício da cidadania.

3. Os Serviços Públicos de Rádio e de Televisão não são propriedade do Governo, mas património irrenunciável da democracia.

4. Nenhum Serviço Público de Rádio e de Televisão é realizável com qualidade caso seja reduzido a um canal generalista, excessivamente exposto aos factores da concorrência.

A III Convenção de Jornalistas de Espanha:

1. Declara o seu apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores da RDP e RTP, assim como ao combate das organizações representativas dos trabalhadores nessas empresas, como os comités de empresa, comissões de trabalhadores e sindicatos;

2. Apela ao Parlamento português para que não reveja a Lei de Televisão e ainda menos que o faça de forma precipitada e antidemocrática, como pretende o Governo.

3. Apela ao Presidente da República Portuguesa para que imponha a razão e o bom senso ao Governo e à maioria parlamentar e estimule um debate amplo e democrático sobre a natureza, objectivos e condições para prestar um bom serviço de rádio e de televisão.

Tarragona, 19 de Maio de 2002

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