Os jornalistas do diário croata “Vecernji list”, propriedade do grupo austríaco Styria, agendaram uma greve para 23 de Março, como forma de protesto pela recusa da administração em assinar o contrato colectivo, que foi o primeiro do tipo naquele país dos Balcãs e tem sido renovado regularmente ao longo da última década e meia.

Para Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o cancelamento deste acordo “é mais uma prova da duplicidade de critérios, neste caso de uma empresa da União Europeia (UE) que não respeita as regras quando opera noutros países”, como se os direitos profissionais dos jornalistas só estivessem reservados às democracias mais antigas e estabelecidas.

Em comunicado, o Sindicato de Jornalistas Croatas considerou “muito mau sinal” para toda a classe na Croácia que uma empresa sediada no espaço comunitário desrespeite os profissionais de um jornal respeitado e com meio século de existência, ainda para mais quando, como frisou o presidente da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), Arne König, “é suposto a Croácia respeitar os padrões laborais da UE”.

A FEJ chamou ainda a atenção para os falsos freelance que a empresa tem ao seu serviço e que vão fazer com que a greve não afecte a saída do jornal, não só pelos danos que tal impõe à luta colectiva mas também porque “o trabalho desprotegido e precário não deve tornar-se a norma” e as autoridades nacionais e europeias têm de combater este problema e certificar-se de que estes trabalhadores têm direitos.

Mensagens de apoio aos camaradas croatas podem ser enviadas para o e-mail sinoh@hnd.hr.