Jornalistas de “A Capital” e “O Comércio do Porto” editam blogues

Os jornalistas de “A Capital” e “O Comércio do Porto” continuam a comunicar com os leitores, e entre si, através da Internet, nos blogues http://jornalacapital.blogspot.com e http://ocomerciodoporto.blogspot.com, apesar da suspensão dos dois títulos em papel.

No blogue de “A Capital” é reproduzida uma notícia da Lusa em que se dá conta de dois caminhos possíveis para ambos os títulos: a compra dos mesmos pela empresa espanhola de capital de risco LP Brothers e a criação de uma cooperativa para viabilizar a manutenção dos dois jornais.

Este segundo caminho parte de uma ideia avançada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ) durante os plenários de 1 de Agosto realizados em simultâneo nos dois títulos.

A proposta, segundo afirmou à Lusa o presidente do sindicato, Alfredo Maia, conta já com o apoio de várias cooperativas portuguesas de diversos sectores e visa “resolver pela via da economia cooperativa social algo que a economia capitalista não conseguiu levar a bom porto”.

O dirigente sindical adiantou que a proposta visa permitir que os dois jornais regressem “o mais rápido possível” às bancas e a manutenção dos postos de trabalho.

“Trata-se de uma proposta credível e exequível, que conta já com os apoios necessários”, frisou Alfredo Maia, adiantando que estão ainda por definir dois caminhos possíveis para a sua concretização: “uma cooperativa de produção constituída exclusivamente pelos trabalhadores, ou uma de carácter misto, onde entre um conjunto de cooperativas e outras organizações de carácter social”.

“A solução tem vindo a ser trabalhada com quadros do sector cooperativo. O sindicato não terá qualquer papel na futura solução, limitando-se a mobilizar as vontades, apresentar a proposta e dar apoio jurídico e económico se ela for por diante”, esclareceu.

Frisando que se trata de um projecto inédito na comunicação social portuguesa, no qual se “opõe a lógica da economia social à capitalista, que falhou a sua missão”, o presidente do SJ salientou que esta é “uma tentativa de manter de pé projectos com uma grande importância social, como são os dois jornais, contra a perspectiva do lucro pelo lucro”.

A concretizar-se, disse Alfredo Maia, esta opção “permitiria criar um espaço de expressão própria ao sector cooperativo social, sistematicamente omitido ou mesmo hostilizado pelos média. A resultar, poderá vir a ser seguido em muitas outras empresas em situação semelhante”.

A proposta do SJ mereceu a mesma reacção de ambas as redacções: o pedido de esclarecimentos técnicos sobre a matéria.

Assim, para esclarecer as dúvidas dos trabalhadores sobre uma eventual solução cooperativa, estão agendados para esta semana novos plenários nas duas redacções, os quais contarão com a presença do presidente do SJ e de especialistas do movimento cooperativo.

Entretanto, continuam a chegar ao SJ mais mensagens de solidariedade com os dois jornais oriundos de colegas de profissão e leitores.

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