Jornalistas da Guatemala proibidos de trabalhar nas eleições

A Frente Republicana Guatemalteca (FRG), partido do governo, aprovou uma lei que proíbe a realização de actividades produtivas, entre as quais o jornalismo, durante três dias, devido a eleições.

A chamada “lei de urgência nacional” foi aprovada a 28 de Outubro por iniciativa do FRG, que goza de maioria parlamentar, e estabelece que “nenhuma actividade produtiva pode realizar-se no dia das eleições nem nos dias imediatamente anterior e posterior”.

Segundo o ministro do Trabalho guatemalteco, Victor Moreira, a intenção da lei é promover a participação eleitoral de todos os trabalhadores ligados a actividades produtivas, e os únicos sectores isentos dessa proibição são os que prestam “serviços essenciais”, como os transportes públicos, a segurança, os hospitais e os serviços de primeiros socorros.

O director do diário “Prensa Libre”, Gonzalo Marroquín, considera esta disposição legal como parte da estratégia do FRG para manipular as eleições de 9 de Novembro próximo, e garante que os jornalistas vão trabalhar nesses três dias, pois o direito à liberdade de expressão não pode ser restingido por lei ou disposição governamental alguma.

Já Felipe Valenzuela, director da rádio “Emisoras Unidas”, cataloga esta lei como uma manobra do FRG para tentar esconder algo no dia das eleições e, sublinhando que não se pode ir contra a lei, sugere que os jornalistas trabalhem nesses dias de forma voluntária para manter a população informada, uma vez que tal não é proibido.

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