Jornalistas croatas querem esclarecer acusação de espionagem

Cinco jornalistas croatas solicitaram ao governo do país, a 7 de Fevereiro, que investigue as acusações que lhes foram feitas pela agência de contra-inteligência POA, visando desacreditá-los, na sequência de reportagens em que abordavam aspectos delicados relativos a crimes de guerra.

Os repórteres avançaram com o pedido depois de, a 4 de Fevereiro, a revista semanal “Globus” ter publicado um documento da POA em que os jornalistas são acusados de espionagem para serviços de segurança estrangeiros com vista a prejudicar o governo croata e a impedir a entrada do país na União Europeia.

Em Março de 2004, o director da POA, Franjo Turek, apresentou ao governo uma exposição onde se afirma que a agência manteve os referidos jornalistas sob vigilância em 2003 e 2004. O documento acusa os repórteres de espionagem, baseando-se aparentemente no facto de terem escrito sobre o fracasso das autoridades em deter os criminosos de guerra indiciados pelo Tribunal Penal Internacional para a Ex-Jugoslávia.

Os cinco jornalistas visados – e que querem agora ver esclarecida toda a situação – são: Gordan Malic, da “Globus”, Ivica Djikic, da revista semanal “Feral Tribune”, Marijo Kavain e Ivanka Toma, do diário “Jutarnji Listi” e Zeljko Peratovic, do diário “Vjesnik”. Os cinco entregaram a petição ao parlamento, ao procurador-geral e ao Conselho para a Supervisão Civil dos Serviços de Segurança.

Denunciando esta situação, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) recorda que, durante a década de 1990, o governo nacionalista HDZ deu ordens aos serviços secretos para que perseguissem os jornalistas independentes. Depois de ligeiros progressos registados a partir do ano 2000, a situação voltou a agravar-se em 2004, quando agentes da POA ameaçaram e tentaram chantagear a jornalista Helena Puljiz para que ela se tornasse informadora da POA.

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