Jornalistas chilenos pedem perdão por mentiras

O Colégio de Jornalistas do Chile (CPC) pediu perdão aos familiares de dissidentes assassinados por todas as mentiras difundidas por órgãos de comunicação e por jornalistas durante a ditadura de Augusto Pinochet, e lamentou ainda que o próprio Colégio, enquanto instituição, também não tenha estado à altura das circunstâncias em termos éticos.

O pedido de desculpas foi feito a 21 de Junho pelo presidente do CPC, Luis Conejeros, perante Roberto D’Orival e Isabel Gallardo – o primeiro representando os familiares de 119 desaparecidos na Operação Colombo e a segunda em nome das famílias de seis dissidentes esquerdistas assassinados pela polícia secreta e falsamente apresentados pela imprensa como tendo sido mortos em confrontos com agentes do Estado.

Devido a essas notícias falsas divulgadas em 1975 para agradar ao poder vigente, o Tribuna de Ética Metropolitano do CPC sancionou com suspensão e censura pública oito jornalistas, tendo dois outros sido declarados inimputáveis por falecimento e uma outra absolvida por falta de provas que indicassem a sua culpabilidade.

Os processos foram iniciados devido ao esforço nesse sentido das famílias das vítimas, que além de buscarem justiça nos tribunais normais se dirigiram à instância que rege os jornalistas, procurando que esta determinasse se profissionais da imprensa – alguns ainda no activo – tiveram responsabilidades penais em casos de violação dos direitos humanos.

Partilhe