Jornalistas ameaçados de morte na Colômbia

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) exigiu ao Governo colombiano que providencie condições de segurança aceitáveis para os 16 jornalistas que estão nas listas de alvos a abater de dois grupos de guerrilha em Arauca.

Foram assassinados três jornalistas no país desde o início do ano, confirmando que a Colômbia permanece um dos estados mais perigosos do mundo para o jornalismo, como referem todos os relatórios anuais sobre segurança relativos a 2002.

O caso mais recente foi a morte de Emeterio Rivas, morto por atiradores a 7 de Abril em Barrancarmeja, a norte da capital, Bogotá.

Os outros dois jornalistas assassinados este ano constavam de uma lista de alvos da organização para-militar de extrema-direita AUC. Uma das vítimas encontrava-se sob protecção policial. A AUC quer abater mais dez jornalistas e a organização de guerrilha FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) tem uma lista com oito nomes. As listas de “alvos” foram enviadas a um dos visados.

A FIJ considera que estes jornalistas enfrentam um perigo inaceitável e exige ao Governo que tome medidas para impedir os grupos armados ilegais de os ameaçarem. “Os jornalistas devem poder continuar o seu trabalho vital sobre o conflito em Arauca. Não há liberdade de Imprensa quando os jornalistas trabalham sob o medo de ameaças”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

Os jornalistas visados pediram protecção ao vice-presidente da Colômbia, após as forças policiais em Arauca terem afirmado que não possuiam meios para os defender. Receberam roupa anti-bala e estão sob a protecção de guarda-costas. Mas os jornalistas dizem que estas são apenas medidas temporárias.

As ameaças são dirigidas a um grupo de jornalistas que tem denunciado situações de abusos dos direitos humanos pelas duas partes em conflito na região de Arauca, a FARC e a AUC, bem como pelos militares das forças governamentais. A zona foi designada como “área de reabilitação especial” pelo Governo de Bogotá.

Os 16 jornalistas ameaçados são Carmen Rosa Pabón, Lizneira Roncancio, Yineth Pinilla, Hernán Morales, Henry Colmenares, William Reyes, José Antonio Zocadaguí, Carlos Pérez, Emiro Goyeneche, Rodrigo Avila, Narda Guerrero, Angel María León, Miguel Angel Rojas, Zorayda Ariza e Luis Guedes.

Além de Emeterio Rivas, os outros jornalistas assassinados foram Oscar Salazar Jaramillo, dono e director da Radio Sevilha, que foi apunhalado até à morte em sua casa, a 10 de Março, e Luís Eduardo Alfonso Parada, do diário “El Tiempo”, que foi morto por atiradores desconhecidos à porta da sua residência.

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