O Sindicato dos Jornalistas (SJ) condena o sucedido no último domingo, dia 23, após a final da Taça de Portugal, em que a equipa de reportagem da RTP que acompanhou os festejos na cidade de Braga trabalhou num ambiente hostil, sendo injuriada, agredida fisicamente e, sistematicamente, impedida de captar imagens, e exige que sejam apuradas todas as responsabilidades, mais ainda porque estavam, no local, agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Além deste caso, o SJ sabe que outros jornalistas foram alvo de perturbações no exercício das suas funções. Recorda-se que, desde março de 2018, o Código Penal considera crime público as agressões aos jornalistas no exercício das suas funções e que o artigo 132.º considera esse ato “susceptível de revelar especial censurabilidade ou perversidade”.
Para além disso, os jornalistas passaram a integrar a lista de profissões com direito a “proteção acrescida”. Passar das palavras aos atos é imperioso para mudar este insustentável estado de coisas.
O SJ manifesta total solidariedade com os camaradas de profissão agredidos, apelando a que procedam criminalmente contra os agressores, e compromete-se a reportar o caso às entidades responsáveis pela organização do encontro (Federação Portuguesa de Futebol) e pela segurança dos jornalistas no local (PSP).
O SJ lamenta o clima de hostilidade constante no futebol e a crescente violência que tem extravasado as quatro linhas e atingido os jornalistas em exercício de funções, de forma completamente injustificada, apelando a que as entidades responsáveis continuem a refletir sobre este assunto e, sobretudo, ajam em conformidade.
Paralelamente, o SJ informa que vai pedir uma reunião à PSP de forma a informar e sensibilizar os seus agentes para os perigos a que os jornalistas estão sujeitos neste tipo de cenários.