Jornalistas agredidos, detidos e raptados no Nepal

A situação dos profissionais da comunicação no Nepal continua a degradar-se, sucedendo-se os casos de agressões, detenções e raptos de jornalistas no país. O presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Christopher Warren, considera mesmo que “a falta de segurança dos jornalistas no Nepal está a tomar proporções épicas”.

A 9 de Junho, a polícia interveio num protesto pacífico em Kalaiya, no Norte do país, e agrediu 10 jornalistas, um dos quais – Guru Prasad Gautam, secretário distrital da Federação de Jornalistas Nepaleses (FNJ) – teve de ser hospitalizado.

No mesmo dia, mas em Butwal, no Oeste do Nepal, a polícia deteve brevemente nove jornalistas e feriu seis, também durante uma manifestação pacífica.

Ambas as acções tinham por objectivo protestar contra a detenção, a 8 de Junho, de vários jornalistas na capital, Katmandu, quando estes contestavam as propostas governamentais de passar a lei as limitações impostas à imprensa durante o estado de emergência no país.

Apesar das reacções policiais nos dois dias anteriores, a 10 de Junho prosseguiram os protestos na capital, com os jornalistas de rádio a contestarem a proibição de programas noticiosos nas estações FM privadas do país, o que já lançou vários profissionais no desemprego. Neste caso, a polícia não interveio.

Um jornalista raptado e outro desaparecido

A FIJ reportou ainda o rapto de Bikram Giri, repórter do diário “Kantipur” em Darchula, no Norte do país, por guerrilheiros maoístas, a 3 de Junho.

O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) informou entretanto que os maoístas já libertaram o jornalista, após apelos da FIJ e da FNJ, sem no entanto indicarem as razões do sequestro.

Desaparecido há cerca de um mês está Som Sharma, repórter do semanário “Aankha”, suspeito de ter sido feito refém da guerrilha.

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