Jornalistas acusam diretor de uma publicação marroquina de violação e outros crimes

Caso Bouachrine em julgamento, depois de várias mulheres jornalistas apresentarem queixa contra o diretor do jornal Akhbar Al-Yaoum.

O julgamento de Taoufik Bouachrine, diretor do jornal marroquino Akhbar Al-Yaoum, teve início em Casablanca, depois de denúncias de várias mulheres jornalistas que o acusam de violação, tentativa de violação, agressão física, assédio sexual, chantagem, ameaças, entre outros crimes, segundo noticia o HuffPost a partir de Marrocos.

A publicação refere que o protagonista, “bem relacionado entre a elite política e económica do país”, causou inúmeras vítimas e que estas estão a ser acusadas pela imprensa local de mentirem. De tal forma tem sido dura a campanha para desacreditar as vítimas que uma das presumíveis envolvidas publicou mesmo um testemunho na sua página do Facebook.

Conforme conta a edição do HuffPost, Naima Lahrouri sublinhou: “Apresentei queixa porque fui agredida por Taoufik Bouachrine, uma agressão que implicou golpes e ferimentos. Apresentei queixa apesar de saber que a nossa sociedade nem sempre é justa em relação às mulheres nestes casos, condenando-as em vez de as apoiar. Isso explica o silêncio de muitas raparigas e muitas mulheres vítimas de violação e de assédio. Ao mesmo tempo, isto encoraja os agressores a prosseguirem com os seus atos abomináveis quando deviam ser castigados”, escreveu.

Lahrouri foi a primeira mulher a apresentar queixa contra o alegado diretor da publicação, precisamente “uma semana antes da sua detenção” e sente-se “orgulhosa por ter sido a primeira”. E acrescenta: “Orgulhosa por permitir que sejam descobertas as suas inúmeras vítimas, muitas delas remetidas ao silêncio até aqui.”

Do lado da defesa, as alegações são de que “nenhuma das acusações apresentadas é verdadeira”.

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