Jornalista venezuelano condenado a dois anos de prisão com pena suspensa

Detido desde 9 de Julho de 2009, o jornalista venezuelano Gustavo Azócar Alcalá foi condenado, a 26 de Março, a dois anos e meio de prisão por alegada “corrupção administrativa”, tendo o tribunal decidido conceder-lhe pena suspensa.

A liberdade condicional obriga-o a apresentar-se semanalmente perante um juiz e impede-o de mudar de morada e de concorrer a cargos públicos até 2012 – data das próximas eleições presidenciais.

Crítico do presidente Hugo Chávez, o jornalista da Televisora del Táchira foi julgado após uma queixa do governador do estado de Táchira, Ronald Blanco La Cruz, que o acusou de não ter cumprido com compromissos publicitários das autoridades regionais no seu programa, bem como de fraude e de desvio de dinheiros públicos – estas duas últimas acusações não foram provadas em tribunal.

De acordo com a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), esta condenação é uma tentativa de silenciar uma voz crítica do presidente venezuelano, não sendo, infelizmente, caso único nos últimos meses.

A FIJ, que criticou a atitude pouco profissional de alguns órgãos de comunicação privados durante uma tentativa de deposição de Hugo Chávez em 2002, instou o governo venezuelano a deixar de usar os tribunais para perseguir jornalistas, pondo fim a um “ambiente de confrontação” nefasto para a liberdade de expressão.

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