Jornalista turco assassinado

Um rapaz de 17 anos matou a 19 de Janeiro o jornalista turco Hrant Dink, director do jornal “Agos”, que em Outubro de 2005 foi condenado a seis meses de prisão com pena suspensa por ter escrito sobre o massacre de centenas de milhares de arménios em 1915, um acontecimento oficialmente negado pelas autoridades turcas, para quem as mortes foram consequência da I Guerra Mundial e não obra de turcos otomanos.

Além da pena de prisão suspensa, a defesa da tese do genocídio dos arménios fez com que o jornalista de 53 anos recebesse regularmente ameaças de nacionalistas turcos, motivo pelo qual o Sindicato de Jornalistas Turcos apelou às autoridades para que levassem perante a justiça o assassino e também quem planeou e instigou o atentado.

O assassino confesso chama-se Ogun Samast e foi identificado pelo próprio pai, que reconheceu e denunciou o filho depois de ver nos média imagens recolhidas pelas câmaras de vigilância de uma loja situada próximo do jornal “Agos”, à porta do qual Hrant Dink foi atingido com dois tiros na cabeça e um no pescoço.

Durante o fim-de-semana duas mil pessoas concentraram-se na praça principal de Istambul e 700 manifestaram-se em Ancara, em protesto contra a morte do jornalista turco de origem arménia.

Organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) ou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) consideraram que este ataque visou directamente a liberdade de imprensa e de expressão e que a sua resolução célere e correcta é um teste essencial para um país que aspira a fazer parte da União Europeia.

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