A agência noticiosa espanhola EFE indemnizou o jornalista português Rui Pereira em mais de 10 mil euros por crime de difamação, e reconheceu publicamente a falta de fundamento da acusação que lhe fizera de falta de isenção no tratamento da questão basca.

Na origem da contenda esteve um despacho do jornalista Juan Frisuelos a propósito de uma entrevista de Rui Pereira a dois membros da ETA, publicada no diário “24 Horas” a 15 de Outubro de 2003. Nela era criticado o Plano Ibarretxe, um projecto de autonomia basca.

A peça da EFE afirmava que Rui Pereira era conhecido pela sua simpatia para com os sectores radicais bascos e que, no meio jornalístico português, era visto como um “claro simpatizante” da ETA, tendo mesmo escrito dois livros que difundiam “uma visão pouco objectiva sobre o País Basco”.

Em reacção, o repórter avançou com uma acção judicial contra a agência espanhola, alegando difamação, e, após mais de dois anos, foi possível chegar a um acordo, firmado a 30 de Março no Porto.

Cumprindo o estabelecido no acordo, a EFE divulgou, a 7 de Abril, uma nota a reconhecer a falta de fundamento para acusar o jornalista de “simpatias pelos sectores radicais bascos” ou lançar suspeitas sobre a isenção dos seus livros: “O Novo Jornalismo Fardado” e “Euskadi, a Guerra Desconhecida dos Bascos”.