Jornalista norte-americano recusa revelar fontes

Um repórter do “Detroit Free Press” a quem o tribunal ordenara que revelasse as fontes confidenciais que usara num trabalho sobre a investigação federal a um antigo procurador norte-americano pediu que o seu testemunho não seja forçado.

David Ashenfelter argumentou que não deve ser obrigado a testemunhar a propósito de um trabalho jornalístico, publicado em 2004, no qual referiu uma investigação do Departamento da Justiça ao antigo assistente judicial Richard Convertino.

O repórter citava oficiais de Justiça não identificados segundo os quais Convertino estava a ser investigado por má conduta e ocultação de provas num caso de terrorismo registado em Detroit.

Em reacção, Richard Convertino avançou com uma queixa contra o Departamento num tribunal federal de Washington e Ashenfelter foi chamado a testemunhar acerca das suas fontes.

O advogado do jornalista, Hershel Fink, considerou que este é um caso “muito significativo”. Alertou ainda para o facto de o artigo de David Ashenfelter ser de elevado interesse para os cidadãos e assinalou que só a confidencialidade das fontes permite que informações importantes se tornem públicas.

Em Agosto passado, o juiz Robert Cleland, do Michigan, ordenou a Ashenfelter que revelasse as suas fontes, alegando que o sigilo profissional dos jornalistas não é reconhecido naquele estado norte-americano.

O advogado do repórter apresentou moções aos tribunais federal e do Michigan a solicitar que o caso seguisse para Washington, onde corre a queixa de Richard Convertino, e que os dois tribunais aceitem a escusa de David Ashenfelter em depor.

Hershel Fink argumentou que o tribunal de Washington D.C. tem de averiguar a validade da queixa de Convertino antes de forçar o repórter a testemunhar.

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