Jornalista norte-americano enfrenta prisão por defesa do sigilo profissional

O jornalista Jim Taricani, da estação WJAR-TV, de Providence, no estado norte-americano de Rhode Island, poderá ser condenado a seis meses de prisão caso não revele quem lhe deu uma cassete de vídeo secreta do FBI realizada durante um inquérito sobre corrupção.

Na cassete em causa, emitida a 1 de Fevereiro, é apresentado um oficial de topo a aceitar um suborno de um informador do FBI.

A 12 de Agosto, o jornalista foi condenado a pagar mil dólares por dia até se decidir a revelar a fonte, mas como tal não aconteceu até 4 de Novembro, o juíz Ernest C. Torres decidiu cancelar essa coima – que já superava os 75 mil dólares – e optou por dar ao jornalista duas semanas para ceder à ordem do tribunal, sob risco de ser condenado por desrespeito, incorrendo assim numa pena de prisão até seis meses.

“Se os jornalistas forem obrigados a revelar as suas fontes confidenciais, ninguém se arriscará a dizer-lhes nada. A privacidade das fontes está no centro da liberdade de expressão, pelo que esperamos que o juíz não concretize a ameaça”, afirmou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Recorde-se que este caso não é único nos Estados Unidos: em Outubro um outro juíz ordenou que os jornalistas Matthew Cooper, da “Time”, e Judith Miller, do “New York Times”, nomeassem quem lhes tinha revelado o nome de uma agente da CIA, o que estes recusaram, recorrendo mesmo da sentença aplicada.

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