Jornalista marfinense desaparecido voltou a Abidjan

O correspondente do diário “L’Inter” em Bouake, Amadou Dagnogo, que estava desaparecido há quase dois meses, voltou a Abidjan com a ajuda das forças de manutenção da paz francesas estacionadas em Man, na Costa do Marfim.

Em declarações ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), Amadou Dagnogo afirmou que, a 22 de Agosto, alegados apoiantes de Guillaume Soro, líder das Forces Nouvelles (FN) e actual ministro das Comunicações, o forçaram a entrar num veículo e o sequestraram, agrediraram e torturaram durante seis dias, por não gostarem dos seus artigos.

O jornalista declarou ainda ao CPJ que conseguiu escapar ao cativeiro graças à acção de “amigos” entre os captores, e que andou fugido, sem dinheiro, pelo norte da Costa do Marfim e até pelo Mali, de onde tentou obter ajuda para voar até Abidjan, mas sem êxito. Por isso regressou para a Costa do Marfim e dirigiu-se para Man, onde encontrou a base das forças de manutenção da paz francesas, as quais concordaram em levá-lo de avião até à capital comercial do país, Abidjan, onde fica a sede do “L’Inter”.

Antes de desaparecer, o jornalista havia escrito sobre uma cisão no seio do movimento rebelde e acerca de alegadas atrocidades cometidas pelos homens de Guillaume Soro, o que levou os rebeldes a considerarem que o “L’Inter” era “demasiado duro” para com eles.

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