Uma bomba colocada no carro da jornalista May Chidiac, da Lebanese Broadcasting Corporation (LBC), explodiu quando esta entrava na viatura, a 25 de Setembro, provocando-lhe ferimentos graves e a perda da perna e da mão esquerdas.

O ataque ocorreu na localidade de Ghazir, a norte de Beirute, pouco depois da jornalista, de 43 anos, ter apresentado um talk-show sobre os receios públicos de mais violência no país, em vésperas da apresentação do relatório das Nações Unidas sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri, em Fevereiro.

Muitos libaneses culpam a Síria pela onda de violência que tem assolado o país desde a morte de Rafik al-Hariri – a qual motivou pressões internacionais que levaram à saída das tropas sírias do Líbano, após 29 anos de ocupação.

No entanto, Damasco nega qualquer envolvimento, apesar da investigação das Nações Unidas já ter levado à prisão de quatro generais pró-sírios, acusados de assassinato.

Preocupada com este atentado contra uma jornalista sua, a estação de televisão cristã LBC emitiu no início do seu noticiário um comunicado em que questionava: “Esta mensagem é para a nossa colega May, para a LBC no geral, para os média libaneses ou para a liberdade política no Líbano?”

Recorde-se que May Chidiac – cujo estado de saúde se apresentava estável no domingo à noite, segundo a Reuters –, era conhecida pelas críticas à influência síria sobre o Líbano. A jornalista começou a apresentar notícias na LBC há 20 anos, no meio da guerra civil que então assolava o território.