Jornalista eslovaca interrogada durante oito horas

Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) condena tratamento dado a Pavla Holcova que trabalhou com Jan Kuciak, assassinado quando investigava ligações de políticos ao submundo do crime. Telemóvel da repórter foi apreendido.

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) condenou o interrogatório de oito horas e a apreensão do telemóvel a que foi sujeita a eslovaca Pavla Holcova, no âmbito do assassínio de Jan Kuciak, jornalista assassinado quando investigava ligações de políticos ao submundo do crime organizado.

“A intimidação de jornalistas e a violação da proteção das fontes jornalísticas não podem ser toleradas num país da União Europeia”, sublinhou Mogens Blicher Bjerregård, presidente da FEJ. “As autoridades eslovacas devem desenvolver todos os esforços para resolver o caso do assassínio de Kuciak e manter o público informado acerca dos passos da investigação”, acentuou.

Holcova, que trabalhou com Kuciak no projeto de jornalismo sobre crime organizado e corrupção (OCCRP), foi questionada pela Agência Nacional do Crime na Eslováquia ao longo de oito horas e, no final da sessão de interrogatório, viu o seu telemóvel ser apreendido. Foi ainda ameaçada com o pagamento de multa no valor de 1.650 euros caso não cooperasse.

Embora recusasse entregar o seu telemóvel para não comprometer informações relativas a outros companheiros de trabalho, os agentes apresentaram uma ordem judicial que os autorizava a guardar o aparelho e confiscaram-no.

Holcova já prestara declarações à polícia eslovaca sobre o caso do assassínio de Kuciak e da companheira deste, Martina Kusnirova, a 25 de fevereiro.

Partilhe