Jornalista em risco de ser deportado para o Paquistão

O Sindicato Nacional de Jornalistas britânico (NUJ) está a organizar uma campanha para evitar a deportação do jornalista paquistanês Mansoor Hassan para o seu país de origem, uma vez que o repórter enfrentará sérios riscos se for forçado a regressar.

Apesar das ameaças de morte feitas no Paquistão a Mansoor Hassan, o seu pedido para continuar a ter asilo no Reino Unido foi rejeitado, pelo que a campanha do NUJ arranca dia 9 de Novembro com a realização de um encontro em Manchester e inclui também petições e outras formas de pressão com vista a impedir a deportação do repórter.

No Reino Unido, Mansoor Hassan tem trabalhado como voluntário para a Cruz Vermelha e num programa de orientação de refugiados, enquanto a sua mulher, Aqila, que é professora, tem exercido, também em regime de voluntariado, como assistente na escola dos quatro filhos do casal.

O jornalista de investigação deixou o Paquistão há dois anos, na sequência de diversas situações de perseguição pelo facto de, enquanto editor da revista urdu “Crime”, ter divulgado casos de corrupção e actividades criminosas entre homens de negócios e até mesmo no sector político.

Depois de escrever sobre a implicação de um político num crime de honra, o jornalista foi alvejado e a sua casa queimada; quando denunciou que uma empresa do ministro da Agricultura vendia pesticidas adulterados, foi agredido e viu a sua família ser ameaçada pelos serviços secretos e pela polícia; ao publicar um artigo sobre um criminoso conhecido no seu país, foi alvejado por este e, noutra ocasião, a sua família foi envenenada num restaurante.

Apesar deste leque de episódios e da organização Human Rights Watch sublinhar que o governo paquistanês “viola por sistema direitos fundamentais dos jornalistas, aos quais ameaça e prende arbitrariamente”, o governo britânico considera que Mansoor Hassan ficará “em perfeita segurança nalgum lugar do Paquistão”.

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