Mazen Dana, um repórter de imagem da agência Reuters, foi morto por um soldado norte-americano, na tarde de 17 de Agosto, quando filmava o exterior da prisão de Abu Ghraib, nos arredores de Bagdade. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e outras organizações internacionais exigem um inquérito independente e público sobre o assassinato.
A alegação do exército norte-americano de que a câmara de filmar de Mazen Dana teria sido confundida com um lança-granadas é desmentida pelas circunstâncias em que se verificaram os disparos, segundo o relato de Nael al-Shyoukhi, o operador de som que acompanhava Mazen Dana. Nael al-Shyoukhi afirmou que os soldados norte-americanos no local conheciam a identidade de ambos e tinham autorizado as filmagens.
Mazen Dada, de 43 anos de idade, de nacionalidade palestiniana, era um repórter com grande experiência de situações de guerra e conflito violento. O Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ) distinguira-o em 2001 com o Prémio de Liberdade de Imprensa pelas suas corajosas reportagens em Hebron. O CPJ e a organização Repórteres Sem Fronteiras, tal como a FIJ, condenaram o assassinato e exigem um inquérito às circunstâncias em que aconteceu.
A FIJ, pela voz do seu secretário-geral, Aidan White, criticou a atitude das forças norte- americanas para com os jornalistas não incorporados, cuja segurança não pode mais ser ignorada pela coligação anglo-americana. A propósito, Aidan White, classificou de “cínico branqueamento” o relatório oficial sobre o ataque ao Hotel Palestina, em 8 de Abril, no qual morreram dois jornalistas, o espanhol Jose Couso e o ucraniano Taras Protsyuk, também repórter de imagem da Reuters.
Com a morte de Mazen Dana, casado e pai de quatro filhos menores, sobe para 22 o número de jornalistas e seus assistentes mortos e desaparecidos na Guerra do Iraque.
Segundo a Federação Internacional de Jornalistas morreram e desapareceram no Iraque os seguintes jornalistas e profissionais dos média:
17 de Agosto: Masen Dana (Reuters, Reino Unido)
6 de Julho: Jeremy Little (NBC, EUA)
5 de Julho: Richard Wild (Freelance)
9 de Maio: Elibazeth Neuffer (Boston Globe, EUA)
9 de Maio: Khalifa Hassan Al-Dulami (Boston Globe, EUA)
15 Abril: Veronica Cabrera (TV América, Argentina)
14 Abril: Mário Podestá (TV América, Argentina)
12 Abril: O intérprete iraquiano (de identidade desconhecida) de três jornalistas da Malásia
8 Abril: Jose Couso (Telecinco, Espanha)
8 Abril: Taras Protsyuk (Reuters, Reino Unido)
8 Abril: Tareq Ayoub (al-Jazeera, Qatar)
7 Abril: Christian Liebig (Focus, Alemanha)
7 Abril: Julio Anguita Parrado (El Mundo, Espanha)
6 Abril: David Bloom (NBC, EUA)
6 Abril: Kamaran Abdurazaq Muhamed (BBC, Reino Unido)
4 Abril: Michael Kelly (Washington Post, EUA)
2 Abril: Kaveh Golestan (BBC, Reino Unido)
30 Março: Gaby Rado (ITN, Reino Unido)
22 Março: Paul Moran (ABC, Austrália)
22 Março: Terry Lloyd (ITN, Reino Unido)
Desaparecidos:
22 Março: Fred Nérac e Ottmar Hussein (ITN, Reino Unido)