Jornalista cubano libertado por um ano

Mario Enrique Mayo Hernández, jornalista cubano condenado em 2003 a vinte anos de prisão, foi libertado até Novembro de 2006 por decisão médica, mas terá de apresentar-se mensalmente na esquadra da área da residência, sendo a sua situação reavaliada dentro de um ano.

O jornalista, um dos 24 repórteres e intelectuais condenados por atentado à segurança do Estado cubano, feriu-se a si mesmo em Setembro de 2005 para chamar a atenção para as más condições da comida e assistência médica aos presos e, de acordo com a sua mulher, Maidelín Guerra Álvarez, a sua saúde mental deteriorou-se nos últimos meses.

O director da agência noticiosa independente Félix Varela – que enviava despachos para a página de Internet Nuevaprensacubana.org e para a Radio Martí, ambas com sede em Miami – foi julgado à porta fechada em Abril de 2003, por alegadamente ter colocado em risco “a independência ou a integridade territorial do Estado”.

Com 41 anos, Mario Enrique Mayo Hernández, que sofre de vários problemas de saúde, nomeadamente de estômago, esteve em greve de fome em Julho de 2005 para protestar contra a sua detenção, tendo perdido cerca de vinte quilos.

O Comité para a Protecção dos Jornalistas e a organização Repórteres Sem Fronteiras lamentam que Cuba seja a “segunda prisão de jornalistas do mundo”, logo a seguir à China, e assinalam que, este ano, mais dois repórteres foram detidos na ilha.

Tal como sucedeu inicialmente a Mario Enrique Mayo Hernández, os jornalistas e escritores dissidentes cubanos ficam muitas vezes em prisões distantes de casa e impedidos de receber visitas, sendo comuns as queixas de cuidados médicos precários, higiene deficiente e más condições alimentares.

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