Jornalista cubano em greve de fome

O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) considera preocupante o estado de saúde do jornalista cubano Ricardo González Alfonso, que há catorze dias se encontra em greve de fome na prisão.

O jornalista, detido na província de Camagüey, iniciou a greve da fome a 8 de Dezembro como forma de obrigar à sua transferência para outra ala da prisão, onde pudesse ficar na companhia de “presos políticos” e não na de “criminosos comuns”, segundo explicou a sua mulher, a também jornalista Álida Viso Bello.

Segundo Álida Bello, como represália pela greve de fome o marido terá sido colocado, a 14 de Dezembro, numa pequena cela sem água corrente e permanentemente iluminada.

Ricardo González Alfonso, que foi mudado em Novembro para a cela de onde quer ser transferido, depois de passar sete meses na solitária, intitula-se presidente da Sociedade de Jornalistas Manuel Márquez Sterling, sediada na sua própria casa, e que foi alvo de uma rusga em Março, no âmbito de um processo que visou uma série de pretensos jornalistas independentes, segundo as autoridades cubanas.

Vinte e nove jornalistas detidos nessa ocasião foram julgados em Abril, acusados de atentar contra a economia de Cuba, a independência e a integridade territorial do país.

Nos últimos cinco meses, diversos jornalistas cubanos presos fizeram greves de fome como forma de protesto por melhores condições sanitárias e de alimentação, medicação adequada, e direito a ver televisão e a receber jornais.

Partilhe