Jornalista congolês preso apesar de ordem judicial em contrário

O repórter congolês Kazadi Mukendi continua preso na penitenciária de Kinshasa, na República Democrática do Congo, apesar do tribunal ter ordenado a sua libertação há mais de um mês.

O caso do jornalista remonta a 7 de Março, dia em que escreveu um artigo no semanário “Lubilanji Expansion” sobre alegada má gestão e desvio de dinheiros na Universidade Protestante do Congo (UPC).

A instituição processou-o por difamação e Kazadi Mukendi, que escreve sob o pseudónimo de Kazadi Kwambi Kasumpata, foi detido pelas autoridades a 20 de Abril, tendo um primeiro pedido para sair em liberdade condicional sido rejeitado a 2 de Maio.

Contudo, a 24 de Maio, o juiz Nganda Fumabo ordenou a sua libertação provisória “por motivos humanitários” e sob a condição do jornalista não abandonar Kinshasa até estar terminada a investigação, não causar distúrbios à paz e pagar uma fiança de dez mil francos congoleses (19 euros).

Entretanto, um tribunal de primeira instância julgou e condenou in absentia Kazadi Mukendi, impondo-lhe a 14 de Junho uma pena de quatro meses de prisão e uma multa no valor de 3970 euros.

Apesar de não terem sido informados do veredicto judicial, os advogados da organização de liberdade de imprensa congolesa Journaliste en Danger (JED) tomaram conhecimento da sentença e interpuseram um recurso a 24 de Junho, último dia do prazo legal.

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