Jornalista condenado por assumir identidade falsa

O jornalista italiano Fabrizio Gatti, do “Corriere della Sera”, foi condenado por um tribunal de Lodi a 20 dias de prisão (com pena suspensa) e ao pagamento das despesas processuais, por se ter feito passar por um clandestino romeno, em Janeiro de 2000, no âmbito de uma reportagem.

O objectivo do trabalho de Fabrizio Gatti, que se fez passar por um clandestino romeno sem documentos, de nome Roman Ladu, era denunciar a violência e os abusos das autoridades italianas num centro de primeiro acolhimento para imigrantes.

O juíz não deu razão à argumentação da advogada de defesa, Caterina Malavenda, para quem a opção tomada pelo jornalista – com o apoio do chefe de redacção do “Corriere della Sera” – era a única maneira possível de exercer o direito à informação, inscrito na Constituição. Convicta da sua razão, a advogada vai recorrer da decisão.

Em reacção à sentença, o Comité de Redacção do “Corriere della Sera” mostrou-se solidário com Fabrizio Gatti e apelou à opinião pública para que faça “uma profunda reflexão acerca da deriva da liberdade de imprensa em Itália”, a qual “até já é objecto de atenção do Parlamento Europeu”.

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