Jornalista Cáceres Monteiro morreu esta madrugada

O jornalista Carlos Cáceres Monteiro, de 57 anos, morreu hoje, 3 de Janeiro, às 5 da madrugada, após três semanas hospitalizado.

Presidente do Sindicato dos Jornalistas entre 1977 e 1980, Carlos Cáceres Monteiro nasceu em Lisboa a 9 de Agosto de 1948. Iniciou a sua carreira de jornalista como repórter nas revistas “Flama” e “Século Ilustrado”, tendo sido também subchefe de redacção em “A Capital” e editor de política nacional do “Diário de Notícias”. Foi correspondente em Lisboa da revista espanhola “Câmbio 16” e director do jornal “Sete”.

Co-fundador, em 1975, do semanário “O Jornal”, de que foi director-adjunto, viria a fundar em 1993 a revista “Visão”, da qual foi director até ao ano passado, altura em que assumiu funções como director editorial do grupo Edimpresa, ao qual pertence aquela newsmagazine.

Como repórter de guerra, cobriu diversos conflitos entre 1975 e 2003, caso da Guerra em Angola, da Guerra do Golfo, da Guerra do Iraque, do conflito israelo-árabe, de conflitos armados na América Latina, e esteve ainda presente no Cambodja aquando da libertação dos khmers vermelhos.

As suas reportagens na China valeram-lhe o Prémio Gazeta 1985, do Clube de Jornalistas, e em 2002 recebeu o Grande Prémio de Jornalismo de 2001, do Clube Português de Imprensa.

Fora do jornalismo, trabalhou em 1984 e 1985 com o então primeiro-ministro Mário Soares, ocupando o lugar de Director-Geral da Comunicação Social, e foi posteriormente analista político regular na RTP, SIC Notícias, TSF e Antena 1 (RDP).

Publicou vários livros de reportagem e ficção, entre os quais “Angola, País de Vida ou de Morte” (1975), “Fast Lane” (1984), “O Mundo em AZERT” (1985), “China, Contra-revolução Tranquila” (1986), “Amazónia Proibida” (1987), “Apogeu e Queda de Bernardo Malaquias” (1989), “O Enviado Especial” (1991), “Mistérios da Amazónia – Cadernos de uma Expedição nas Guianas e no Brasil” (2002), em co-autoria com Jacinto Rego de Almeida, e ainda “Hotel Babilónia” (2004), onde reuniu as suas experiências de jornalista-viajante.

A Direcção do SJ emitirá ainda hoje uma nota sobre o seu ex-dirigente agora desaparecido.

O corpo de Cáceres Monteiro estará a partir das 17 horas na Basílica da Estrela, em Lisboa, onde amanhã, 4 de Janeiro, será celebrada missa de corpo presente às 14 horas e 30 minutos, após o que o funeral seguirá para o cemitério dos Olivais.

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