Jornalista brasileiro agredido por empresário

O jornalista Lúcio Flávio Pinto apresentou queixa à polícia contra o empresário Ronaldo Maiorana, que a 21 de Janeiro o agrediu e ameaçou de morte num restaurante de Belém do Pará.

Segundo o jornalista, o director das “Organizações Romulo Maiorana” (ORM) – o maior grupo empresarial de comunicações do estado do Pará – sentou-se numa mesa atrás da sua, à hora de almoço, e cerca de vinte minutos depois agrediu-o com um soco e ameaçou-o de morte “ali ou depois”. Lúcio Flávio Pinto queixa-se ainda de ter sido pontapeado pelos seguranças do empresário enquanto esteve caído no chão.

De acordo com Flávio Pinto, a polícia, que chamou de imediato, só terá chegado vinte minutos depois, quando o empresário já tinha saído do restaurante. O jornalista critica igualmente os seguranças do estabelecimento, contratados pelo Estado, que nada fizeram para ajudar um cidadão que foi atacado e ameaçado de morte à sua frente.

Jornalista há cerca de quarenta anos e vencedor de quatro Prémios Esso de Jornalismo, Lúcio Flávio Pinto passou pelas redacções da “Veja” e de “O Estado de São Paulo”, sendo actualmente editor do “Jornal Pessoal”, uma publicação independente composta sobretudo por artigos seus.

Num desses artigos, intitulado “O Rei da Quitanda”, publicado a 18 de Janeiro, Lúcio Flávio Pinto falava sobre como tinha sido construído o quase-monopólio que as ORM detêm sobre a informação no Pará, opinando que “o que lhe dá força [ao grupo] é o que enfraquece o Pará”.

As ORM são donas do diário “O Liberal”, que chega a 85% dos leitores do Pará, e de algumas emissoras de rádio, detendo ainda a concessão da TV Liberal, a afiliada da Rede Globo naquele estado do norte do Brasil.

Apesar do poder do seu agressor, Lúcio Flávio Pinto garante que não se intimidará com o sucedido e tomará “as providências administrativas e judiciais cabíveis contra esse cidadão que se considera acima do bem e do mal, dono do Estado.”

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