Jornalista bielorussa assassinada

A bielorussa Veronika Cherkasova, repórter do jornal da oposição “Solidarnost”, foi encontrada morta no seu apartamento de Minsk, a 20 de Outubro, com o corpo mutilado por múltiplas facadas, na sua maioria em torno da garganta.

O cadáver de Veronika foi encontrado na noite de 20 de Outubro pelo padrasto da jornalista, que estranhou o facto dela ter faltado ao trabalho e não ter atendido telefonemas durante esse dia. No apartamento, a polícia encontrou provas de arrombamento, mas nada foi roubado.

A jornalista, de 44 anos, escrevia sobretudo notícias culturais e de sociedade, abordando ocasionalmente temáticas políticas sensíveis. Há quatro meses assinou um conjunto de artigos intitulados “O KGB continua a segui-lo”, onde descrevia os métodos actuais de vigilância dos serviços de segurança bielorrussos para controlar as actividades civis.

Exigindo uma investigação independente e total a este crime, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) adverte que este caso pode aumentar os protestos contra o regime de Aleksandr Lukashenko, que subiram de tom após os resultados polémicos do referendo de 17 de Outubro.

De acordo com os resultados oficiais do escrutínio – que os observadores internacionais consideraram não ter sido nem livre nem justo – 77 por cento dos eleitores concordam com o fim do limite de dois mandatos para a presidência, o que permite a Aleksandr Lukashenko recandidatar-se nas próximas presidenciais a um terceiro mandato.

Perante notícias que ligam a morte de Veronika Cherkasova aos recentes confrontos entre manifestantes da oposição e elementos da polícia, motivados pelo resultado do referendo, a FIJ solicitou à Associação de Jornalistas da Bielorússia (BAJ) que averiguasse a veracidade dessas informações.

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