Jornalista assassinado no Haiti

O corpo do jornalista haitiano Jaques Roche foi encontrado a 14 de Julho numa rua de Port-au Prince, manietado, baleado e com sinais de ter sido torturado. O repórter tinha sido raptado quatro dias antes.

Jacques Roche, de 40 anos, era chefe da secção cultural do jornal “Le Matin”, apresentador de um programa de televisão de grande audiência e de um programa desportivo na estação de rádio IBO. Era ainda um destacado membro do chamado “Grupo 184”, uma organização civil que, segundo o diário espanhol “El Mundo”, participou activamente no derrube do presidente Aristide em Fevereiro do ano passado.

De acordo com a polícia haitiana citada pelo diário espanhol, os sequestradores de Roche eram “chimeres”, designação dada aos grupos armados simpatizantes de Aristide.

Os sequestrados tinham apresentado um pedido de resgate de 250.000 dólares, dos quais chegaram a ser pagos 10.000, segundo as mesmas fontes.

Para o jornalista Vario Serant, coordenador do Grupo de Reflexão e Acção para a Liberdade de Imprensa, o assassinato de Jaques Roche, é um “duro golpe” para a imprensa haitiana num momento em que há “um sentimento de incapacidade em vários sectores da sociedade”.

Horas antes da descoberta do corpo de Roche, homens armados sequestraram Elysée Berlince, técnico da estação de televisão privada Tele Haití, na zona de Nazon (Nordeste da capital), que veio a ser libertado graças à intervenção da polícia. No incidente foram mortos dois dos sequestradores.

Recorda-se que, há cerca de um mês, a jornalista Nancy Roc, apresentadora do programa ‘Métropolis’ da Radio Metropole, foi obrigada a abandonar o Haiti por recear pela sua segurança, depois de ter escapado a uma tentativa de sequestro. Também Richard Widmaier, director da mesma estação de rádio, escapou a 11 de Junho a uma tentativa de rapto, muito próximo do local onde foi capturado Jaques Roche.

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