Os incidentes que precederam a deposição de Hugo Chávez da presidência da Venezuela causaram a morte a um jornalista, Jorge Tortosa e ferimentos em outros dois profissionais da imprensa. A Federação Internacional de Jornalistas condenou o assassínio de Jorge Tortosa por partidários de Chávez, bem como as tentativas de censura levadas a cabo pelo presidente que regressou ao poder 48 horas após ter sido deposto.
O repórter fotográfico do «Diario 2001», Jorge Tortosa, foi mortalmente alvejado por um atirador furtivo quando cobria incidentes entre opositores e partidários de Hugo Chávez, no terceiro dia da greve geral que acabou por levar à intervenção do Exército e à deposição do presidente que, posteriormente, retomou o poder.
Jonathan Freitas, repórter fotográfico do diário «Tal Cual» foi ferido num braço quando fazia a cobertura daqueles conflitos. O outro jornalista ferido é Luís Hernandez, da agência Venezuela Press, segundo o Sindicato dos Jornalistas do Paraguai.
Ao longo dos últimos meses, o Sindicato Nacional de los Trabajadores de Prensa (SNTP) da Venezuela alertou para os riscos que implicava a posição de permanente confronto com a imprensa do regime de Chávez., que se traduziu em inúmeras agressões a jornalistas por partidários do ex-presidente, revelou o sindicato do Paraguai, que se associou a outras organizações sindicais latino-americanas, filiadas na FIJ, num movimento de solidariedade com os jornalistas venezuelanos.
O secretário-geral da FIJ, Aidan White, condenou o assassínio de Jorge Tortosa e afirmou que, se «o envolvimento do Exército numa administração provisória não é motivo de contentamento para os democratas, o desrespeito da democracia pela administração Chávez gerou uma vaga de descontentamento que tornou a sua queda inevitável».
O governo de Chávez tentou impedir as televisões de cobrir a greve geral e chegou mesmo a interromper as emissões televisivas. Para White, a morte de Tortosa «é um acto trágico e sem sentido, cuja responsabilidade é de um regime que perdeu todo o sentido da responsabilidade democrática».
