Jornalista alerta para perigos de restrições à liberdade de Imprensa

A constatação de que o jornalismo atravessa um mau momento, “não pode legitimar uma crítica, muito menos um ataque, ao próprio direito à informação e à liberdade de Imprensa” afirmou José Pedro Castanheira na FNAC de Gaia, a 24 de Janeiro.

O jornalista, que falava na apresentação do livro “A Filha Rebelde”, de que é co-autor com Valdemar Cruz, acrescentou ainda que “não é com restrições e limitações que se promove e defende eficazmente a liberdade: é com uma cultura de mais responsabilidade, no plano legal e sobretudo ético”.

Recorrendo à época em que decorre o enredo do livro-reportagem, José Pedro Castanheira sublinhou que toda a história do Estado Novo “mostra que um excesso de legislação vai sempre num sentido restritivo, acabando, no limite, por abafar a própria Liberdade”.

A trabalhar actualmente no “Expresso”, onde a reportagem que agora toma corpo em forma de livro foi inicialmente editada, dando aos seus autores o Prémio Gazeta, o jornalista contou na sessão de apresentação que, em 300 páginas de texto, “só uma vez” foi necessário recorrer “à figura da fonte anónima”.

Este facto serviu a José Pedro Castanheira para lamentar “o recurso ao off e às fontes confidenciais e anónimas, que deveriam ser a excepção, e se transformaram hoje em dia na regra”, levando a que jornalistas e órgãos de comunicação social passassem a ser “consciente ou inconscientemente, instrumentalizados pelas fontes de informação, que, no processo de produção jornalístico, nunca são neutras, já que promovem sempre os seus próprios interesses”.

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