Jornalista agredida e violada no Cairo

A jornalista Lara Logan, correspondente da cadeia norte-americana CBS, foi violada e agredida na passada sexta-feira no Cairo, enquanto cobria manifestações que assinalavam a demissão do líder egípcio Hosni Mubarak, noticiou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

A propósito da agressão a Lara Logan – que é também supervisora de um programa do CPJ que fornece apoio a jornalistas de todo o mundo que tenham sido vítimas de violência e repressão –, o CPJ abordou a falta de informação sobre agressões sexuais a jornalistas, uma realidade que terá números superiores aos relatados, uma vez que muitas vítimas preferem não partilhar publicamente a sua dor.

Entre os casos que vieram a público nos últimos vinte anos, a organização destaca o da jornalista colombiana Jineth Bedoya – sequestrada, violada e agredida em Maio de 2000 após notícias sobre paramilitares de extrema-direita para o diário “El Espectador” – e o dos jornalistas paquistaneses Mumtaz Sher, em 1996, e Umar Cheema, sodomizado em Setembro último com um pau, após ter sido sequestrado em Islamabad.

O CPJ recorda uma notícia de 2006 sobre um plano para violar a repórter mexicana Lydia Cacho Ribeiro, detectado em escutas telefónicas a empresários alegadamente ligados a redes de prostituição e pornografia infantil denunciadas pela jornalista.

Refere ainda que, na República Democrática do Congo, foi a ameaça constante de violação que levou várias mulheres a enveredar pela profissão, “começando a usar o microfone como uma arma” contra esse abuso, como revelou a jornalista premiada Franchou Namegabe Nabintu ao CPJ em Maio de 2009.

Embora forneça apoio monetário ou indique conselheiros psicológicos a jornalistas que tenham sido vítimas de violência sexual, o CPJ não possui no seu guia de segurança para jornalistas, datado de 2003, uma secção específica sobre o tema, mas promete incluir um capítulo na próxima versão.

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