Os escritórios dos diários “24 Heures”, “Le Patriote”, “Le Nouveau Réveil” e “Le Libéral Nouveau” em Abidjan, capital económica da Costa do Marfim, foram atacados, pilhados e incendiados a 4 de Novembro por grupos de civis pró-governamentais.
Os ataques mereceram pronta condenação da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que protestaram ainda contra a proibição de distribuição de oito publicações nas regiões pró-governamentais da Costa do Marfim.
Estas “medidas preventivas contra jornais pró-rebeldes”, como as designou fonte governamental à Agência France-Presse, afectaram os jornais “Le Patriote”, “24 Heures”, “Le Nouveau Réveil”, “Le Libéral Nouveau”, “Le Front”, “Ivoire Matin”, “Le Journal des Journeaux” e “Le Jour Plus”.
Há ainda a registar o corte deliberado, desde a noite de 3 de Novembro, das retransmissões locais das frequências FM da Radio France Internationale (RFI), do BBC World Service e da Africa Nº1, ao que tudo indica por sabotagem.
Semelhante silenciamento não é novidade para estas estações de rádio, que já a 25 de Março tinham ficado sem emissão em Abidjan, por altura de uma manifestação proibida da oposição durante a qual as forças governamentais mataram pelo menos 120 pessoas, segundo as Nações Unidas.
A actual onda de violência contra os média tem vindo a crescer desde há alguns meses na Costa do Marfim, sendo que em Outubro foram vários os casos de vendedores de jornais atacados por grupos de jovens nas ruas de Abidjan.