João Mesquita apresenta em Lisboa o livro Académica – História do Futebol

O antigo presidente da Direcção do SJ, João Mesquita, apresenta dia 19, em Lisboa, o livro Académica – História do Futebol, escrito em co-autoria com João Santana, professor do ensino secundário na Anadia. O acto de apresentação está marcado para a

«Não é uma tese, mas se alguma coisa aproxima o livro de uma ideia, é a de que a Associação Académica de Coimbra (AAC) é um emblema que tem uma singularidade em comparação com os outros: uma simbiose entre o plano desportivo e a evolução política, social, económica e até ideológica da Academia, da cidade e do País», disse João Mesquita ao jornal “A BOLA” na véspera da primeira apresentação, em Coimbra, no dia 18 de Janeiro último.

Segundo João Mesquita este livro «não é neutro nem épico», até porque, conforme salientam os autores no referido trabalho de “A BOLA”, a história da Briosa, nome porque é conhecida a equipa da Académica, «dificilmente seria entendida se desligada da história da Associação Académica de Coimbra».

O livro tem 716 páginas, 1600 fotografias – 680 das quais fotos tipo passe de todos os jogadores que representaram a primeira equipa em jogos oficiais – e 2500 fichas de jogos disputados desde 1923, mas não é um repositório de dados estatísticos – componente, mesmo assim, muito cuidada.

Uma equipa interveniente

João Mesquita e João Santana dão o devido relevo à manifestação de protesto em que se transformou a final da Taça de Portugal de 1969, no Jamor, entre o Benfica e Académica, ressaltando o espírito solidário dos jogadores academistas com a luta do povo português contra o regime fascista, mas não escondem que, trinta anos antes, os jogadores da Académica se perfilaram para outra final, esta nas Salésias, de braço esticado, fazendo a saudação nazi, como se pode ver numa das 1600 fotografias do livro.

A obra não ignora também que, já em 1962, havia no seio da equipa jogadores que se haviam aliado à luta da Academia contra o fascismo, alguns dos quais acabariam até por aderir à luta de libertação das antigas colónias, como Chipenda, França van Dunen, Araújo ou José Júlio, e dá especial destaque ao nome de Cândido de Oliveira, um dos fundadores de “A BOLA” e treinador da Académica, devido aos seus méritos de jornalista, homem do desporto e cidadão, lutador antifascista que conheceu a prisão e o Tarrafal. Factos mais recentes de intervenção cívica recordados no livro são a adesão da Académica à campanha contra a ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, bem como o protesto contra as intenções do então ministro do Ambiente de instalar uma co-incineradora em Souselas.

João Mesquita cresceu e reside em Lisboa, mas sente-se ligado a Coimbra por nascimento e à Académica por paixão. João Santana nasceu na Lousã, mas reside em Coimbra e desde os 11 anos que colecciona tudo o que esteja relacionado com a Académica.

O livro será também apresentado na Lousã, no próximo sábado, às 16 horas, no Hotel Melia Palace.

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