O Estado de Israel anunciou, a 17 de Março, que o cientista Mordechai Vanunu vai ser julgado, acusado de violar as regras que lhe foram impostas pelas autoridades para a sua libertação em Abril de 2004, entre as quais estava a proibição de falar com jornalistas.

“Israel está a criar um novo crime – falar com jornalistas. Isto é uma traição chocante dos princípios democráticos e uma campanha de intimidação contra um homem que já cumpriu 18 anos de prisão”, afirmou o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White.

À luz de uma lei de 1945, altura em que o território onde agora é Israel ainda era um protectorado britânico, Mordechai Vanunu está proibido de contactar com estrangeiros, falar com jornalistas, mudar de morada sem autorização oficial e abandonar o país.

Considerando as restrições impostas a Mordechai Vanunu como “vergonhosas para um país democrático”, Aidan White exigiu que Israel acabe com esta perseguição, pois não há provas de que ele tenha divulgado informação secreta nem posto em causa a segurança do país, além de já ter pago pelo seu crime inicial, “que já de si havia sido punitivo e injustificado”.

Recorde-se que, em casos relacionados com estas restrições a Mordechai Vanunu, Israel actuou contra os jornalistas britânicos Peter Hounam e Simon Wilson.