Israel não cumpre decisão do Supremo Tribunal

O Ministério da Defesa de Israel continua a impedir a entrada de jornalistas na Faixa de Gaza, desrespeitando uma ordem do próprio Supremo Tribunal Israelita, datada de 2 de Janeiro, para que seja permitida a entrada de oito jornalistas no território.

Organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) criticam o não cumprimento da ordem judicial, sendo que esta última frisa que é inadequado “permitir a entrada de apenas oito jornalistas quando há mais de 400 profissionais em Israel à espera de entrar em Gaza”, dada a importância de efectuar uma cobertura jornalística séria do que se passa no território.

Recorde-se que a entrada de repórteres estrangeiros em Gaza está proibida desde Setembro e que há já dois anos que o governo israelita impede que jornalistas do seu país dêem notícias a partir de Gaza. Tudo isto impede que haja relatos sobre as operações militares que decorrem nesta área, declarada zona militar fechada a 27 de Dezembro, data do início da operação militar de Israel contra o Hamas.

Além dos impedimentos à cobertura jornalística do conflito, Israel é acusado de atacar as instalações do semanário “Al-Risala” e veículos identificados como “Press” e “TV”, de ter detido o repórter Khezr Shahin, da emissora televisiva Al-Alam, de ter ferido um operador de câmara, de ter confiscado filmagens da Al-Jazeera e de ter bombardeado, a 28 de Dezembro, as instalações em Gaza da estação Al Aqsa.

Sobre este caso, que viola claramente a lei internacional, o CPJ revela que ainda não recebeu resposta do ministro da Defesa, Ehud Barak, a uma carta enviada na passada semana.

Perante o comportamento das Forças Armadas de Israel, a FIJ defende que qualquer acordo que permita o acesso de jornalistas a Gaza não deve ser controlado pelos militares israelitas.

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