Israel intimida e persegue Mordechai Vanunu

As autoridades israelitas detiveram, a 11 de Novembro, Mordechai Vanunu – ex-técnico de uma fábrica nuclear que cumpriu 18 anos de prisão por ter revelado à imprensa dados sobre o arsenal de Israel – por suspeitas de passagem de informação classificada a pessoas não autorizadas e violação dos termos da sua libertação, assinada em Abril deste ano.

Os referidos termos impedem Mordechai Vanunu de sair de Israel e de se encontrar com elementos de órgãos de comunicação estrangeiros, algo que ele já fez, para grande irritação das autoridades israelitas, que assim demonstraram, segundo a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), falta de respeito pela liberdade de expressão, pela crítica, pelo trabalho dos jornalistas e pelo direito do povo à informação.

Mordechai Vanunu foi detido pela polícia na casa de hóspedes da Catedral de São Jorge, em Jerusalém, e, após um interrogatório, foi levado perante juízes que o condenaram a sete dias de prisão domiciliária e o proibiram de contactar com pessoas ligadas à investigação contra ele.

O secretário-geral da FIJ, Aidan White, considera que um país cuja polícia entra em propriedade da igreja, violando o respeito pelo espaço espiritual, em busca de um homem cujo único crime foi falar com repórteres, compromete severamente as suas credenciais democráticas.

Para Aidan White, a detenção de Mordechai Vanunu “é intimidação pura e simples”, sendo que “é espantoso como um país que se auto-intitula a única democracia no Médio Oriente é culpado de um abuso tão miserável e grotesco”.

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