IPI diz estar em curso uma guerra ao jornalismo

Uma centena de jornalistas foi morta no mundo em 2006, o pior ano de sempre para a profissão, afirma o relatório anual do Instituto Internacional da Imprensa (IPI). O director daquela organização, Johann Fritz, considera que se está perante uma verdadeira “guerra contra o jornalismo”.

Na maior parte dos casos, as vítimas são jornalistas locais e os assassinos não são punidos. O caso mais preocupante é o do Iraque, que continuou a ser, pelo quarto ano consecutivo, o país mais mortífero para os jornalistas, com 46 mortos, seguido de Filipinas (10), México (7), Sri Lanka (5) e Paquistão (4).

A situação no Iraque faz com que a região mais perigosa seja o Médio Oriente e Norte de África, com 48 jornalistas mortos, seguida da Ásia (29), das Américas (17), da África sub-saariana (4) e da Europa, onde os dois casos registados pelo IPI ocorreram na Rússia.

Além dos assassinatos, a organização indica no seu relatório que o jornalismo independente está cada vez mais restringido e mostra-se preocupada com as perseguições de que foram alvo os jornalistas na sequência da polémica das caricaturas de Maomé, e da tentação, inclusivamente no seio das Nações Unidas, de aprovar cláusulas que restrinjam a “difamação da religião”.

Na Europa e nos Estados Unidos da América, os principais motivos de apreensão, segundo o IPI, prendem-se com os vários casos de desrespeito pela protecção do sigilo profissional dos jornalistas, seja através da chamada de jornalistas a tribunal para revelarem as suas fontes seja através de buscas e escutas às redacções.

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