Investir nos serviços públicos para combater medidas de austeridade

Perante os extensos cortes nos serviços públicos, líderes sindicais, governos municipais e grupos da sociedade civil uniram-se num compromisso sem precedentes para trabalhar em conjunto e promover o investimento em serviços públicos de qualidade, apoiados em políticas fiscais justas, como solução para a crise económica e como melhor forma de construir sociedades pacíficas, igualitárias, democráticas e ecologicamente sustentáveis.

É “a nossa vez, o nosso futuro”, concluíram os cerca de 400 participantes na conferência internacional Quality Public Services – Action Now! (Serviços Públicos de Qualidade – Acção Já!), realizada de 12 a 14 de Outubro em Genebra, na Suíça, e patrocinada pelo Conselho de Sindicatos Globais, que representa colectivamente mais de 176 milhões de trabalhadores.

“Este é um apelo ao movimento sindical para fazer jus à sua responsabilidade histórica de trabalhar em coligações sociais alargadas e actuar como força de uma mudança social que melhore a qualidade de vida de todos os cidadãos. Não temos tempo a perder”, afirmou Aidan White, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Já Kumi Naidoo, director executivo da Greenpeace, apelou a um “novo activismo” que apoie exigências de serviços públicos de qualidade como alicerce de políticas de justiça social, uma vez que “a história mostra-nos que quando as pessoas decentes correm riscos e se envolvem em lutas pacificamente, com princípios e coragem, recorrendo, se necessário, à desobediência civil, quem ocupa o poder, seja no governo ou no sector financeiro, ouvirá e responderá”.

Por seu turno, o secretário-geral da Public Services International, Peter Waldorff, afirma que a campanha que será posta em marcha mostrará que, enquanto os governos quebram acordos colectivos impunemente e cortam nos serviços públicos e nos benefícios, os sindicatos e os seus aliados irão aplicar novas estratégias para ajudar a construir um mundo mais sustentável e garantir protecção social para todos.

Lutar pela qualidade no jornalismo é também um desafio, segundo Roberto Natale, presidente da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), para quem os jornalistas devem “desafiar aqueles que querem cortar nos padrões, focar-se nas celebridades e ignorar as duras realidades sobre o que se está a passar na sociedade”, uma vez que “é vital para a democracia que as pessoas tenham uma informação fiável e verdadeira”.

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