Inquérito conclui que “cinco de Balibo” foram assassinados

A 16 de Outubro de 1975, as forças especiais indonésias mataram deliberadamente, em Balibo, Timor-Leste, os jornalistas Gary Cunningham, Brian Peters, Malcolm Rennie, Greg Shackleton e Tony Stewart, concluiu um inquérito da médica-legista australiana Dore

“Os jornalistas não foram vítimas acidentais de combates: foram capturados e assassinados apesar de terem invocado o seu estatuto [de observadores neutrais]”, afirmou Dorelle Pinch, adiantando que existem “fortes provas circunstanciais” de que as ordens foram dadas pelo então capitão Yunus Yosfiah, depois de terem descido a cadeia de comando das forças especiais lideradas pelo Major-General Benny Murdani.

Contrariando a versão oficial dos governos indonésio e australiano de que a morte dos “cinco de Balibo” foi acidental, a conclusão de Dorelle Pinch culmina dois meses de audiências, durante os quais foram analisados documentos militares confidenciais e ouvidos o ex-primeiro-ministro australiano Gough Whitlam, o seu ministro da Defesa Bill Morrison, diversos ex-agentes dos serviços secretos e várias testemunhas.

Perante estes dados, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) instou os governos australiano e indonésio a tomar medidas mais fortes na Justiça, de modo a que os culpados pelas mortes dos jornalistas sejam punidos, uma vez que se confirma que os cinco profissionais foram assassinados para impedir que noticiassem a invasão indonésia de Timor-Leste.

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