As autoridades indonésias detiveram, interrogaram e deportaram cinco jornalistas da estação televisiva australiana Channel Seven que pretendiam fazer uma reportagem sobre as últimas tribos de canibais na província de Papua, que ocupa cerca de metade da ilha da Nova Guiné.

Naomi Robson, Rohan Travis, Peter Andrew, Paul Richard e David John entraram na região com vistos de turista, uma vez que lhes tinha sido recusado um visto jornalístico para entrar em Papua, província indonésia que está interdita à imprensa estrangeira desde 2003.

Embora reconheçam o direito da Indonésia a proteger a sua soberania e a exigir documentação adequada a quem quer entrar no país, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) instam as autoridades de Jacarta a levantar as restrições de acesso dos média à Papua, pois semelhante atitude dá a ideia de que as autoridades tentam esconder abusos dos direitos humanos.

A FIJ demonstrou ainda preocupação com o caso de Teguh Santosa, chefe-de-redacção do Rakyat Merdeka Online, que está a ser julgado desde 31 de Agosto e que se arrisca a ser condenado a cinco anos de prisão por ter republicado os já famosos cartoons dinamarqueses alusivos ao profeta Maomé.