Imagens de prisioneiros de guerra podem violar o direito internacional

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) avisou os jornalistas e os média de que poderão estar a violar o direito internacional ao transmitir imagens de prisioneiros de guerra no Iraque.

“As duas partes envolvidas nesta guerra estão obrigadas a cumprir as determinações internacionais estabelecidas nas Convenções de Genebra, que proíbem a humilhação e os maus-tratos a prisioneiros”, afirmou a FIJ, acrescentando que “é vital que os média não contribuam inadvertidamente para violações da lei internacional por qualquer uma das partes”.

A cobertura da guerra está a submeter os média a uma tremenda pressão competitiva, que pode afectar o seu dever ético de não prejudicar e de respeitar as disposições legais humanitárias, prossegue a organização, em comunicado emitido após a divulgação de imagens de prisioneiros de guerra no Iraque.

A FIJ afirma que as críticas aos iraquianos são plenamente justificadas, mas lembra que “esta questão envolve todas as partes, incluindo as forças americanas e britânicas e o tratamento que estão a dar aos prisioneiros iraquianos, que também apareceram na televisão”.

O comunicado lembra que a responsabilidade pela cobertura noticiosa é dos média e dos jornalistas, que devem ter a plena liberdade de decisão sobre o seu trabalho. “Os editores e os jornalistas estão conscientes que um dos riscos da cobertura de acontecimentos em tempo real é a escassa margem de manobra para editar o material jornalístico e garantir a qualidade e a credibilidade”, refere o documento.

A FIJ renova o apelo para que “os média e os jornalistas sejam profissionais e não se deixem usar para objectivos de propaganda” e adverte os Governos e chefes militares para não tentarem manipular os média, “sobretudo no caso de estarem a violar leis internacionais”.

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