Homenagem do SJ a Dona Wanda

Na hora do adeus a Dona Wanda, o Sindicato dos Jornalistas presta homenagem à sua personalidade e aos 50 anos de vida dedicados ao jornalismo, comprometendo-se a honrar o seu legado de militância e de generosidade.

Em comunicado divulgado a 22 de Julho, o SJ sublinha a forma como Dona Wanda “serviu com lealdade, dedicação e um carinho comovente uma classe profissional e um sindicato que são, por direito próprio, também os seus”, lembrando o seu “labor incansável” e a sua “generosidade imensa”.

Consciente de que a melhor homenagem a prestar a Dona Wanda é honrar o “seu legado de militância e de generosidade”, o SJ reafirma o seu compromisso de prosseguir “o esforço de unidade” que Wanda Basto sempre apontou como fundamental e de lutar “tenazmente pelos direitos dos jornalistas, razão primeira deste Sindicato ao qual dedicou a sua vida”.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

Até sempre, Dona Wanda!

A lei da vida, e da morte, inexorável, já lançara o seu aviso. Mas nem por isso a morte de Dona Wanda foi abalo menor para todos os que, no Sindicato dos Jornalistas, com ela privaram. Não obstante o afastamento físico imposto pelo tempo, a nossa Dona Wanda esteve – está! – sempre presente nesta casa que foi sua, por ofício e dedicação, durante cinco décadas.

Na memória de gerações de jornalistas permanece o seu sorriso magnífico e estimulante, o seu entusiasmo contagiante, nos momentos de exaltação. Mas também a temos connosco, nos momentos menos felizes. Quando o desânimo ameaça entrar pela porta, escutamos as suas palavras sábias e solidárias convocando-nos à unidade em torno do essencial, apesar das nossas naturais diferenças. Muito nos recordamos dela até em simples rotinas administrativas ou quando olhamos os valiosos arquivos do Sindicato, herança dum labor incansável e duma generosidade imensa.

Wanda Xavier de Basto serviu com lealdade, dedicação e um carinho comovente uma classe profissional e um sindicato que são, por direito próprio, também os seus. Enquanto esteve ao serviço e depois da sua aposentação, acompanhou com interesse cívico e militante a vida do Sindicato dos Jornalistas, o seu processo de democratização e resistência à ditadura, os dias complexos da Revolução de Abril, as transformações do sector e da classe, em particular a chegada e a afirmação das mulheres. Fê-lo sempre num escrupuloso respeito pelas diferenças de opinião e numa vigilante equidistância em relação aos diversos projectos sindicais. Foi infinitamente solidária, mas nunca vacilou na sua postura de independência.

Neste dia da sua partida física, que ocorre num tempo particularmente grave para a vida dos jornalistas, rendemos a Dona Wanda uma homenagem que é um compromisso: honraremos o seu legado de militância e de generosidade; prosseguiremos o esforço de unidade que sempre apontou como fundamental; lutaremos tenazmente pelos direitos dos jornalistas, razão primeira deste Sindicato ao qual dedicou a sua vida.

Até sempre, querida Dona Wanda!

Lisboa, 22 de Julho de 2004

A Direcção

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