Há 125 jornalistas presos em todo o mundo

Um estudo do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), divulgado hoje, aponta para a existência de 125 jornalistas atrás das grades em todo o mundo, 45 por cento dos quais trabalham na Internet, em blogs ou jornais digitais. Dos restantes, 42 por cento pertencem à imprensa em papel e 13 por cento ao sector audiovisual (TV, rádio e documentaristas de cinema).

“O jornalismo online mudou a forma como comunicamos, mas o poder e influência desta nova geração de jornalistas online chamou a atenção de governos repressivos de todo o mundo, que aceleraram o contra-ataque”, diz Joel Simon, director-executivo do CPJ, frisando que empresas da Internet, jornalistas e grupos de defesa da liberdade de imprensa devem unir-se na luta pelos direitos destes profissionais.

O país com mais jornalistas presos continua a ser, desde há uma década, a China (28), seguida de Cuba (21), Birmânia (14), Eritreia (13), Usbequistão (6), Azerbaijão (5), Irão (5), Israel e Territórios Ocupados na Palestina (4), Sri Lanka (3), Etiópia (2), Camarões (2), RD Congo (2), Peru (2), Vietname (2) e Rússia (2), provando que nem a Europa escapa a esta tendência.

O CPJ registou ainda um jornalista preso no Burundi, na Costa do Marfim, no Egipto, na Gâmbia, no Senegal, no Equador, no Afeganistão, na Arménia, no Bangladesh, nas Filipinas, nas Maldivas e em Singapura. No Iraque, as autoridades curdas mantêm um jornalista encarcerado enquanto as norte-americanas continuam a ter um sob custódia.

As acusações mais comuns contra os jornalistas são subversão, divulgação de segredos de Estado e actuação contrária aos interesses nacionais, na sequência da publicação de trabalhos críticos dos regimes. Porém, também há uma percentagem considerável (13 por cento) de profissionais presos sem sequer terem sido formalmente acusados, uma táctica usada por países tão diversos como Eritreia, Israel, Irão ou Estados Unidos.

Sobre os métodos usados no seu estudo, o CPJ refere a lista que apresenta é uma fotografia de quem estava preso à meia-noite de 1 de Dezembro de 2008, não incluindo casos de jornalistas presos e libertados durante o ano e usando uma definição flexível de jornalista no caso dos meios online, embora “avalie cuidadosamente o trabalho de bloggers e escritores online para determinar se o conteúdo é de natureza jornalística”.

Não são incluídos na lista casos de jornalistas que desapareceram ou foram raptados por entidades não estatais.

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