Greves em Espanha, França e Reino Unido

O início de Abril foi a altura escolhida por jornalistas de órgãos de Espanha e Reino Unido para efectuar greves, depois de na quinta-feira passada os profissionais do serviço francês da Associated Press terem levado a cabo uma paralisação em sinal de pro

Em Espanha, os trabalhadores de todas as empresas do grupo de comunicação Sogecable (Cuatro, Digital+, CNN+, Sogecine e Sogepaq) farão uma greve de 48 horas nos dias 1 e 2 de Abril, coincidindo com os jogos dos quartos de final da Liga dos Campeões e com as corridas da Feira de Abril de Sevilha.

Os trabalhadores protestam contra “a atitude imobilista da empresa”, que não tem facilitado o diálogo na negociação do novo convénio colectivo, e contra propostas de “redução dos salários base dos trabalhadores com o objectivo de embaratecer os postos de trabalho”.

No Reino Unido são os jornalistas das redacções de Londres do “Express” e do “Star” que vão efectuar três greves de 24 horas, a primeira das quais a partir das 6 da manhã de 4 de Abril. As outras duas paralisações terão lugar nas duas sextas-feiras seguintes.

A decisão foi tomada a 26 de Março num plenário concorrido e representa uma resposta à recusa da administração em proceder a aumentos superiores a três por cento, um valor que está bem abaixo dos actuais níveis de inflação e que é inferior em 1,3 por cento ao aumento que vão receber os empregados das tipografias da empresa.

Além das questões salariais, os jornalistas dos dois títulos expressaram preocupação com a interferência continuada do proprietário Richard Desmond em decisões editoriais, pois acreditam que esta interferência é responsável pelas manchetes que obrigaram o grupo a pagar 550 mil libras à família da pequena Madeleine McCann e a proceder a desculpas públicas inéditas na primeira página de todos os títulos do grupo.

No que diz respeito a França, os sindicatos que representam os jornalistas do serviço francês da AP convocaram a greve da passada quinta-feira em protesto pelos planos de venda ao grupo Bolloré, a qual teve uma adesão de cem por cento.

O protesto recebeu o apoio da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), organização segundo a qual a transacção comercial entre a AP e o grupo Bolloré pode “transformar um serviço de alta qualidade numa agência ‘low-cost’, prejudicando os padrões profissionais e a independência”.

Partilhe