Greve na RAI com forte adesão

Em protesto contra a gestão da televisão pública italiana, que se encontra sem presidente há mais de um ano, os jornalistas da RAI fizeram greve a 4 de Junho, tendo a adesão nalgumas redacções alcançado mais de 90% do pessoal em serviço, segundo a Usigrai, estrutura sindical da estação.

O vazio de liderança na RAI tem sido provocado sobretudo por lutas políticas, como aconteceu na passada semana, em que o nome do economista Andrea Monorchio para presidente da estação pública foi rejeitado pela Comissão Parlamentar de Vigilândia da RAI, com votos contra da oposição e de alguns representantes da coligação de governo.

Além da falta de um presidente, os jornalistas denunciaram a “escravidão” da televisão pública face ao governo e a perda de grandes oportunidades como a retransmissão dos jogos do Mundial de Futebol 2006.

Esta greve foi apoiada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), cujo Comité Executivo se reuniu em Roma a 4 e 5 de Junho, tendo o secretário-geral Aidan White afirmado que “o serviço público de radiodifusão precisa de ser independente e produzir programas de qualidade” e que a interferência política e a privatização (cujo espectro paira sobre a RAI) “levariam a uma maior pressão sobre os jornalistas”.

Recorde-se que a última presidente da RAI, Lucia Annunziata, se demitiu em Maio de 2004 após acusar o governo de tentar controlar a televisão pública em benefício próprio.

Desde então, a estação tem estado sob a gestão interina do Conselho de Administração, que realiza nova reunião a 7 de Junho, tendo os seus membros instado o Ministério da Economia, accionista principal, a designar um novo presidente até lá.

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